
Kenny Ortega, coreógrafo responsável pela turnê de 
This Is It,
 disse nesta terça-feira (27) à promotoria do julgamento de Dr. Conrad 
Murray que estava preocupado com a saúde de Michael Jackson nos ensaios 
que precederam a sua morte. 
"Ele parecia perdido e incoerente; não respondia as minhas 
perguntas. Ele estava fraco e magro", disse o dançarino sobre os ensaio 
do dia 19 de junho de 2009, seis dias antes da morte do cantor. 
Ortega também comentou que escreveu um e-mail para um amigo 
relatando sobre a condição do cantor e que, no dia seguinte, foi chamado
 em uma reunião sobre o ocorrido. "Dr. Conrad me repreendeu por não ter 
deixado Michael ensaiar", disse.  
Segundo o coreógrafo, depois da reunião, ocorrido no sábado, 20 
de junho, Michael Jackson apareceu para os ensaios de 23 e 24 de junho 
muito disposto e cheio de energia. "No dia seguinte eu recebi um 
telefone falando que uma ambulância havia deixado a casa de Michael com 
ele dentro", finalizou Ortega.
O primeiro dia de julgamento do Dr. Murray começou com o promotor
 David Walgren acusando o Médico de "grosseira negligência". Segundo a 
acusação, o médico comprou, ao longo de mais de dois meses, cerca de 
15,5 litros de Propofol, anestésico que Murray aplicava ao cantor quase 
todas as noites.
Walgren ainda disse que o Dr. Murray só chamou o resgate médico 
24 minutos depois de encontrar o cantor inconsciente e negou aos médicos
 ter dado Propofol a Michael Jackson. Na apresentação, o promotor 
apresentou um suposta foto do corpo de Michael Jackson ainda no 
hospital. 
Em seguida, a defesa de Dr. Murray, representada pelo advogado Edwart Chernoff, alegou que o astro pop se medicou até a morte. 
Segundo Chernoff, depois de aplicar apenas 25 mg de Propofol, por
 insistência do cantor, o médico se retirou do quarto. Michael Jackson, 
então, teria se automedicado com o anestésico.
O advogado começou sua defesa dizendo que iria mostrar quem Dr. 
Murray realmente é, e tentou responder duas questões: o que aconteceu no
 quarto do cantor com a saída do médico e como Michael Jackson chegou ao
 coma. 
"Michael Jackson é a única celebridade que Dr. Murray conheceu. 
Ele não é um médico celebridade, ele literalmente salva vidas", disse 
Chernoff. Neste momento, Conrad Murray não se conteve e chorou. 
A defesa ainda afirmou que Michael Jackson sofria de problemas 
para dormir, por isso usava o anestésico Propofol com frequência. "Dr. 
Murray concordou em medicar o cantor com Propofol, mas tentou ajudá-lo 
parar", disse.
Chernoff também disse que seu cliente estava tentando substituir o
 medicamento e que um dermatologista de Bevelery Hills também estaria 
aplicando em Michael o analgésico ilegal Petidina (Demerol).
O último a testemunhar foi o produtor da turnê de 'This Is It', 
Paul Galgaware. No seu relato, ele explicou os meandros do cronograma 
dos ensaios e da turnê e relatou que Michael Jackson fez questão de ter 
os serviços de Dr. Murray na série de shows. 
Galgaware então contou a promotoria que o médico exigiu US$ 5 
milhões por ano pelo serviço e as negociações foram encerradas. Por 
insistência de Michael, que disse que precisava cuidar da "máquina", o 
produtor volta a negociar com Dr. Murray e fecha um salário de US$ 150 
mil. 
Com o acordo fechado, Michael Jackson, o produtor, o médico e 
empresários conversaram sobre a saúde e o comprometimento do cantor. Por
 fim, Galgaware disse; "Dr. Murray sabia o que deveria fazer". 
A sessão do julgamento de Dr. Murray volta na próxima 
quarta-feira (28), às 8h45 horário em Los Angeles. No horário de 
Brasília, o julgamento começa às 12h45.